EDUCAÇÃO POPULAR E ESTUDOS FEMINISTAS

problematizando a produção de tecelãs

Autores

  • Amanda Motta Castro Autor

Palavras-chave:

Educação popular, Feminismo, Gênero, Artesanato.

Resumo

Este texto traz algumas reflexões tendo como base nossa pesquisa de doutorado, que está em andamento. Nosso olhar é sobre Educação Popular, feminismo, artesanato e a invisibilidade da produção das mulheres. Buscamos compreender como ocorre o processo pedagógico invisível da tecelagem manual na cidade de Resende Costa, em Minas Gerais. O artesanato é uma atividade desenvolvida pelas pessoas mais pobres do mundo. Entre essas pessoas, encontramos as mulheres, que são a maioria no artesanato, sobretudo quando esse artesanato está ligado ao fio, renda, bordado, costura, crochê, tricô e tecelagem. Nesses fios, encontramos uma produção predo‑minantemente feminina, que é rica em técnica, conhecimento e arte. Para Richard Sennett (2009), a habilidade artesanal requer um alto grau de aprendizagem. Com base nessa afirmação, compreendemos que na produção artesanal existe pedago‑gia. O feminismo aponta que a tecelagem é realizada, sobretudo, pelas mulheres e, por esse motivo, perde muito de seu valor social e reconhecimento. A Educação Popular aponta que as pedagogias desenvolvidas às margens das instituições formais de ensino são socialmente menos reconhecidas e, segundo Danilo Streck (2010), é tarefa da Educação Popular o trabalho de desvelamento dessas pedagogias. Neste texto, propomo ‑nos a travar um diálogo entre o feminismo e a Educação Popular, pois entendemos que tal diálogo abre caminho para o (re)conhecimento de uma produção que tem conhecimento, mas que está socialmente invisível.

Biografia do Autor

  • Amanda Motta Castro
    Mestra em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutoranda em Educa‑ção pela mesma instituição. Bolsista CAPES. Assistente de pesquisa do Programa Gênero e Religião da Faculdades EST. Tem ‑se ocupado em pesquisar os processos de produção do conhecimento realizados por mulheres tecelãs, a fim de analisar a complexidade da aprendizagem nesse contexto em articulação com a Educação Popular e os estudos feministas. Contato: motta.amanda@terra.com.br.

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Publicado

01/12/2014

Como Citar

EDUCAÇÃO POPULAR E ESTUDOS FEMINISTAS: problematizando a produção de tecelãs. (2014). Revista UniFreire Universitas Paulo Freire, 2(1), 23-28. https://revista.paulofreire.org/unifreire/article/view/51