ROMPENDO COM A MASSIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS DE ENSINO – UM OLHAR ESPERANÇOSO PARA OS EDUCANDOS COM AUTISMO
Palavras-chave:
Autismo, Vulnerabilidade, Sujeito que aprende, Práxis, Emancipação.Resumo
O trabalho insere ‑se na modalidade reflexão teórica no Eixo Temático 1: A educação que emancipa ante as injustiças, desigualdades e vulnerabilidades. Apresenta a problemática da atuação docente numa escola de Brasília, Brasil, com estudantes portadores de autismo, com base na pedagogia de Paulo Freire (2013a, 2013b, 2014) e González Rey (2005, 2012). Os estudantes com autismo, assim como as pessoas com deficiência, estão no grupo de pessoas consideradas improdutivas dentro da organização da sociedade capitalista. Esse grupo de pessoas está vul‑nerável, nos sistemas educacionais, por estar vivenciando os efeitos iatrogênicos da medicina em seu cotidiano de aprendizagem, que vem imprimindo práticas docentes condicionantes, modeladoras de comportamento e massificadoras nos contextos escolares, o que tem deixado esses estudantes à margem de uma emancipação na participação desse processo. O professor, imerso na sociedade medicalizada, vem contribuindo para a posição vulnerável desses estudantes por intermédio de práticas pedagógicas não reflexivas e colaboradoras da opressão a que esses estudantes são submetidos socialmente em função de um rótulo diagnóstico. A discussão caminha no sentido da compreensão de que o professor faz parte dessa realidade que torna o educando vulnerável e precisa, ao refletir e agir sobre sua ação, estabelecer uma práxis que rompa com práticas pedagógicas opressoras e massificadoras.Referências
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